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TURMALINA: ENTRE "SINS" E "NÃOS"


Turmalina, pode-se afirmar sem nenhuma dúvida, é um livro andarilho. Enviado a editoras e inscrito em diversos prêmios literários e concursos, ele recebeu tantos “nãos” quantos foram possíveis. Mesmo assim, a cada nova inscrição aberta, lá estava o Turmalina, buscando uma oportunidade. Na maioria dos Prêmios Literários ele nem sequer foi aceito. Havia as questões referentes a classificação da obra no gênero Romance. Algumas bancas julgadoras afirmavam que ele era um conto, outras uma novela e teve aquelas que não viram o livro como um produto em potencial. Segundo esses especialistas, faltava um público definido para a obra. Caso pudesse, Turmalina diria em sua defesa que ele se propunha a ser algo próximo a Arte e não um sapato, cujo tamanho, cor e materiais precisam atender aos desejos e necessidades de um grupo específico de pessoas.

Foi o Prêmio Uirapuru, da Editora Folheando, que está a alguns milhares de quilômetros de Diadema/SP quem ofereceu um abrigo a Turmalina. Após meses de revisões necessárias e alguns embates calorosos sobre manter ou não virgulas, travessões e palavras aportuguesadas em itálico, eis que o livro deu o seu ar da graça, possibilitando a narrativa encontrar os seus leitores.

Começa então os pedidos para que o livro seja lido e resenhado por sites e blogs especializados em literatura. Dezenas de e-mails enviados, mensagens em redes sociais e como consequência, outra enxurrada de “nãos” dessa vez demonstrados por uma escassez de respostas que refletem algumas características do Mercado Editorial. A principal delas, antes aqui já citada: qual o público da obra?

Essa pergunta traz em si uma carga limitante que nada que se propunha ser Arte é capaz de responder. Pedir que um Escritor determine o público de sua obra é tentar mantê-la suspensa no tempo e no espaço. É anestesiá-la, suprimir dela todo o seu poder transformador. É tratá-la como um fast-food que tem a necessidade de mudar o formato e o gosto de tempos em tempos única e exclusivamente para agradar ao paladar de quem o consome.

Turmalina busca Liberdade, Humanidade e Beleza. Não deseja enquadrar-se nesse ou naquele nicho editorial ou Escola Literária. Sabe que os “nãos” continuarão vindo a baldes e os “sins” a conta-gotas. Mas usará cada gota recebida para irrigar novas narrativas, futuras obras e acima de tudo, sonhos.


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